A Trindade e o Casamento: a comunhão trinitária como modelo

Nesta pregação, o pastor Hudson Carvalho prega o sermão baseado no texto em Efésios 5.31-32. A Santíssima Trindade está envolvida numa eterna dinâmica de amor e prazer um no outro. Cada um possui o seu papel, todos compartilhando da mesma essência divina. O casamento entre homem e mulher espelha esta verdade bíblica, a relação perfeita existente na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito.

assistir conteúdo

texto do sermão

Perícope

Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.

Efésios 5.31–32 – ARA

Introdução

‌A Doutrina da Trindade é uma doutrina basilar e inegociável do cristianismo, desde os tempos apostólicos. Quem não crê na doutrina da Trindade é uma pessoa que não entendeu corretamente o cristianismo.

Pergunta 6: Quantas pessoas há na divindade?
Resposta: Há três pessoas na divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e esses três são um só Deus, o mesmo em essência, iguais em poder e glória.

Pais Batistas Spurgeon, C.H., A Confissão de Fé Batista de 1689: Um Catecismo Puritano Compilado por C.H. Spurgeon, org. William Teixeira, trad. William Teixeira e Camila Rebeca Teixeira, 9a edição (Francisco Morato, SP: O Estandarte de Cristo, 2021), 122.

O cristianismo é a única religião do mundo que possui o conceito de Trindade, isto é, há apenas um Deus e este único Deus subsiste em três pessoas igualmente divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

‌Este trino Deus é todo-poderoso, onipotente, onisciente e onipresente. Deus é digno de honra e glória desde a eternidade. Aliás, eternidade é algo que nós não compreendemos plenamente, isto porque, para nós, todas as coisas tem início, meio e fim. No entanto, Deus não se submete a esta ideia: ele sempre existiu.‌ Nunca houve um tempo em que Deus não existisse. Ele é antes do princípio de todas as coisas.

Em apocalipse Jesus se revelou assim: “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” (Apocalipse 1.8)

O Filho de Deus, Cristo Jesus, que é Deus desde a eternidade, nunca teve um princípio. Antes, ele é o princípio de todas as coisas: Cristo é o autor da criação.

Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.

Colossenses 1.17 – ARA

Como disse o reformador João Calvino: a criação é o “Grande Teatro da Glória de Deus”. Deus cria todas as coisas por meio de Cristo, o autor da vida, e assim toda a história que conhecemos se inicia. O encerramento deste grandioso espetáculo será quando todo o joelho se dobrar e toda língua confessar que Jesus Cristo é o Senhor e, assim, Deus restaurará toda a criação que foi afetada pelo pecado, recriando todas as coisas: o Novo Céu e a Nova Terra.

Antes de Deus “ninguém nunca existiu”. Na verdade, esta sentença está mal formulada, visto que simplesmente não existe a ideia de “antes de Deus”.

Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.

Isaías 43.10 – ARA

Além dos seres que conhecemos nesta ordem cósmica, isto é, neste mundo, sabemos que Deus criou seres celestes: os anjos.

Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas legiões celestes.

Salmo 148.2 – ARA

Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados.

Salmo 148.5 – ARA

Neste contexto imediato, o salmista relaciona a criação de anjos e também de toda a criação que conhecemos a ato criativo de Deus.‌ Os anjos não são eternos, porque foram criados por Deus. Os anjos têm princípio. Apenas Deus é eterno, não tem princípio.

Deus criou inclusive os anjos que se rebelaram contra ele, os chamados demônios e Satanás, o chefe dos demônios. Não compreendemos plenamente os propósitos de Deus, pois são insondáveis pela mente do homem, porquanto estão além da nossa limitada condição para compreender. No entanto, o que as Escrituras revelam, é que Deus criou todas as coisas para louvor de sua gloriosa graça.

‌Neste belo e grande teatro da glória de Deus, o todo-poderoso decretou mostrar sua glória e salvar pessoas para si e exercer seu santo e justo juízo.

A beleza de Deus é louvada desde a eternidade e nós, que fomos resgatados da feiura do pecado, o contemplaremos para todo o sempre e diremos:

proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.

Apocalipse 5.12 – ARA

Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.

Apocalipse 5.13 – ARA

A Trindade antes da criação

Ora, se Deus criou todas as coisas, inclusive os seres angélicos, o que Deus fazia antes da criação de todas as coisas? Será que ele criou tudo porque se sentia sozinho? As Escrituras revelam um Deus que antes de tudo era solitário e carente? Deus precisava de alguém para reafirmar seu glorioso poder, sua força, sua bondade? Ele precisa de alguém para se sentir satisfeito e realizado?

Definitivamente, as Escrituras não revelam nada disso. Deus nunca se sentiu sozinho, nunca precisou de ninguém. Ele é glorioso em poder e força; não há ninguém como o Senhor. Ele é belo e admirável desde sempre. Deus não precisa de alguém para reafirmar seu poder ou sua divindade. Deus não é carente de atenção. Ele simplesmente é puro, perfeito, belo, poderoso, justo, reto, amoroso, amável, sábio, imutável, infinito, santo e verdadeiro, dentre outros atributos revelados nas Escrituras.

Deus criou todas as coisas para louvor de sua glória! Certo, mas, então, o que Deus fazia antes de criar todas as coisas?

‌As Escrituras revelam que Deus é trino: um único Deus que subsiste em três pessoas igualmente divinas: o Pai, o Filho e o Espírito. Desde sempre Deus sempre foi três em um. Antes de tudo existir só existia Deus.

‌Deus não criou todas as coisas porque se sentia sozinho, solitário, mas porque decidiu revelar seu amor que excede todo o entendimento, o amor transbordante capaz de se doar integralmente por uma criatura. Pelo simples fato de termos sido criados por Deus já vemos a graça de Deus nisso.

Franklin Ferreira comenta sobre isso em sua obra de teologia sistemática, publicada em conjunto com Alan Myatt:

“O Senhor não criou o mundo por solidão, antes de o mundo vir à existência, já havia uma comunhão eterna de amor na santa Trindade. A criação do mundo é fruto do amor transbordante de Deus. A criação é uma obra da livre graça de Deus. Nada em Deus — ou fora dele — exigiu que céus e terra fossem criados.”

(p. 194)

Antes da criação, Pai, Filho e Espírito Santo sempre viveram num estado de amor e comunhão profunda, algo que eu e você não compreendemos muito bem, porque está além do nosso alcance. Eles sempre se amaram.

‌É comum no seio teológico falarmos sobre a pericorese. Esta palavra advém de duas palavras em grego: peri, que significa “em torno de”, e chorein, que significa “ceder” ou “dar lugar”. Pode ser traduzido com a ideia de “uma rotação em torno de um eixo” ou “uma volta ao redor”.

‌Dentro da área da Trindade, este termo é empregado para expressar a intimidade e reciprocidade entre as Pessoas da Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito.

‌Importante notar que a palavra pericorese não é encontrada no grego bíblico, mas é uma palavra que expressa teologicamente o que a Bíblia traz sobre o relacionamento intertrinitário (dentro da Santíssima Trindade).

Isto é evidente no Evangelho de João, onde Jesus conecta a ideia de que o Pai é revelado nele (João 14:9) com o conceito de que o Pai e o Filho subsistem um no outro (João 14:10). Esta unidade pericorética (interpenetrante ou “co-inerente”) serve como a base para as obras que Jesus realiza, pois a Escritura declara que Jesus é a própria imagem e semelhança do Pai (Col. 1:15; Heb. 1:3) e aquele em quem o Pai é revelado (João 14:9) precisamente porque o Pai e o Filho estão ambos um “no” outro (João 14:10). Além disso, esta unidade pericorética é manifestada nas palavras e obras do Filho, que são as mesmas palavras e obras do Pai (João 8:28; 14:10-11; 5:17). O mesmo é dito sobre o Espírito, que fala a verdade que ouve (João 16:13), assim como o Filho faz tudo o que ele vê o Pai fazendo (João 5:19). Além disso, as Escrituras falam do envolvimento de todas as três pessoas da Trindade na criação (Gên. 1:1–3; Efé. 3: 9; João 1:3; Jó 33:4), na encarnação (Luc. 1:35; João 1:14), na ressurreição de Cristo (Gál. 1:1; João 10:17-8; Rom. 8:11), e na santificação dos crentes (1 Tes. 5:23; Heb. 13:12; 1 Ped. 1:2).

Sumário de Teologia Lexham (A Unidade da Trindade)

Assim, o Pai glorifica o Filho, o Filho glorifica o Pai, o Espírito glorifica o Pai e o Filho e o Pai e o Filho, ambos, glorificam o Espírito. Nesta profunda e sublime comunhão trinitária não há competição, porque Deus é amor: a relação gloriosa e misteriosa do Pai, do Filho e do Espírito.

‌Scott Horrell comentou:

Através da revelação divina, entendemos que Deus existe como três pessoas em uma essência, ou três pessoas de uma mesma natureza em relacionamento dinâmico e profundo.

Uma cosmovisão Trinitária. Disponível: https://teologiabrasileira.com.br/uma-cosmovisao-trinitaria/

Ao comentar sobre o que seria esse relacionamento dinâmico e profundo, Márcio Ribeiro de Oliveira, no livro “O Casamento e a Trindade”, comenta que Deus decidiu livremente criar o único ser que seria possuidor da sua imagem, bem como o único a experimentar também um relacionamento dinâmico e profundo de comunhão. A Santíssima Trindade cria o homem, que claramente passa a ser o seu maior projeto dentre a criação.

A criação do homem e do casamento

‌Deus disse:

Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;…

Gênesis 1.26–27 – ARA

Deus não apenas criou o homem e o deixou. Antes, Deus criou a mulher porque “não era bom que o homem estivesse sozinho”. Deus criou a mulher para ser uma auxiliadora, que estivesse ao lado do homem.

‌A mulher foi formada não do barro, como foi Adão, mas da própria carne de Adão.

Deus é intencional em tudo o que faz, isto é, tudo o que ele faz ele realiza com o desejo de comunicar uma verdade; tudo é feito com um propósito.

Assim, Eva foi formada da própria costela de Adão e por isso Deus disse:

Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.

Gênesis 2.24 – ARA

“Ambos tornaram-se uma só carne”. Para Deus o conceito de casamento conforme seu eterno conselho é: marido e mulher são uma só pessoa.

Aqui está a primeira vez que Deus revela algo muito particular que existe na Santíssima Trindade: a união de duas pessoas se torna uma única comunhão.

Assim como Deus é Trino e Uno (Deus existe em três pessoas igualmente divinas e diferentes, Pai, Filho e Espírito, mas que compartilham da mesma essência divina), o casal experimenta uma comunhão semelhante: homem e mulher são pessoas diferentes, mas que diante de Deus, se tornam uma única carne.

Deus colocou sua imagem no homem para que este pudesse expressar a imagem de Deus. Em teologia utilizamos a expressão Imago Dei para expressar esta verdade bíblica.

O homem foi criado à imagem do Trino Deus: do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

‌No entanto, o relacionamento do primeiro casal não faria sentido algum se Deus não se relacionasse com eles. O relacionamento entre homem e mulher não é um fim em si mesmo, mas deve espelhar o que Deus deseja: uma comunhão, semelhante a comunhão trinitária.

A comunhão trinitária e o casamento

‌Importante notar que o casamento foi estabelecido por Deus antes do pecado e não depois. Logo, uma vez que o pecado entrou no mundo, todas as coisas foram corrompidas, inclusive o casamento.

‌O pecado e a corrupção do casamento

‌O pecado afetou a relação do homem para com Deus, do homem com a mulher (casamento), do homem com seu próximo (semelhante) e também com a natureza que Deus criou.

‌Desde a entrada do pecado, o homem e a mulher passam a experimentar toda a sorte de dificuldades e de pecados. Isso afetou a relação entre os dois, o casamento. Homem e mulher agora precisam de redenção.

‌Ao longo da história da humanidade, vemos uma deturpação do propósito do casamento estabelecido por Deus.

‌Pessoas tendo relação entre si sem contraírem matrimônio. Ora, a relação sexual que Deus deu de presente aos seres humanos é prazerosa e deve ser vivida apenas e tão somente dentro do casamento. Veja que o órgão masculino se encaixa perfeitamente no órgão feminino, expressando uma realidade espiritual: o casal é diante de Deus uma só carne.

‌Quantas pessoas se conectam em conjunção carnal com outra de forma absurdamente equivocada e fora da vontade de Deus.

‌Cada vez mais comum hoje em dia os jovens, mesmo os que se dizem cristãos, terem relações sexuais.

‌Também cada dia mais frequente é o pecado da pornografia e masturbação.Isso decorre da idolatria, porque o sexo hoje é um deus.

‌Por meio da pornografia, Satanás tem entrado em muitos lares e destruindo casamentos. O pecado da pornografia é uma ruptura da comunhão conjugal, que deve espelhar a comunhão trinitária de Deus.

‌A masturbação é um desvio do propósito criacional de Deus: ao invés da pessoa dar prazer ao cônjuge, a pessoa se satisfaz consigo mesma, num ato de idolatria corporal. Isso é um desvio do propósito criacional de Deus.

‌Mas o pecado não afetou apenas a parte sexual do ser humano. Infelizmente, vemos nos dias de hoje tantas notícias triste de casais que ceifam suas vidas. O marido mata a esposa e os filhos e vice versa.

‌O marido compete com a esposa e a esposa compete com o marido. Um não dá honra ao outro. Não há mais amizade dentro do casamento.

‌Assim, com a Queda, vemos que o casamento está muito longe do padrão trinitário de um vínculo perfeito de afeto, amor, amizade, etc.

O casamento deve espelhar a comunhão trinitária

‌Na Trindade não existe hierarquia de divindade. Isto é, o Pai não é mais Deus do que o Filho e o Espírito não é menos Deus do que o Pai e o Filho. Não há hierarquia na essência divina. O que vemos na Escritura é uma hierarquia funcional: O Filho obedece em tudo o Pai.

‌Assim, no aspecto ontológico, do Ser de Deus, não há qualquer tipo de hierarquia. Dentro do aspecto da economia da Trindade, a função desempenhada no Plano de Redenção, vemos que há uma hierarquia meramente funcional.

‌Paulo conecta muito bem este conceito e o aplica metaforicamente à Igreja, vejamos:

Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.

1Coríntios 11.3 – ARA

Vejam, irmãos, o conceito da Trindade está umbilicalmente espelhado na relação do casamento, ou pelo menos deveria estar.

‌Homem e mulher diante de Deus são iguais em importância e dignidade. Ambos são pecadores e precisam de redenção. Cristo morreu para salvar tanto homens como mulheres. No entanto, Deus chamou os homens para desempenharem uma função específica, assim como as mulheres devem desempenhar sua função específica.

‌O homem é o cabeça da mulher. É o que diz a Escritura. O homem foi feito primeiro do que a mulher e, também, após o pecado, Deus estabeleceu que o desejo da mulher estaria vinculado ao desejo do marido: isto é, o marido irá governar a mulher.

Mas como o marido governará a mulher de uma forma que agrada a Deus?

‌Ora, a Bíblia fala claramente: assim como Cristo governa a sua igreja: com amor, com espírito de liderança, com entrega, com paciência, com perdão…

‌Assim, a função que o homem exerce na mulher deve espelhar a funcionalidade que existe na Trindade.

‌Antes desta perícope que lemos, em Efésios 5, vemos que Paulo está tratando diretamente sobre a função do marido e da mulher e ele replica essa mesma ideia que está escrita na carta aos coríntios.

‌A mulher deve se sujeitar ao marido, da mesma forma como ao Senhor, porque o marido é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o cabeça da Igreja.

‌O marido deve amar a mulher assim como Cristo amou a Igreja, a ponto de se entregar por ela. O marido deve liderar a mulher para santificá-la.

‌Logo em seguida, após tratar da função do marido e da esposa, Paulo cita o texto escrito em Gênesis 2.24: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

‌Mas Paulo não quer dar ênfase final à questão do casamento entre um homem e uma mulher. Tanto é que ele diz, no verso que lemos (verso 32): “Grande é este mistério”. Mas ele não está se referindo ao fato de que o homem e a mulher são ambos uma só carne diante de Deus, mas ele corrige nossa leitura ao dizer: “mas eu me refiro a Cristo e à igreja”.

Em outras palavras, o que o apóstolo deixa claro é que o casamento que Deus estabeleceu nesta vida deve ser o espelho de algo muito maior e sublime: o relacionamento entre Cristo e a sua Igreja.

No céu, como viveremos? Continuaremos casados com nosso cônjuge? Bem, a resposta todos sabem, porque Jesus já deixou isso claro em Mateus 22.30: “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu.”

Então, veja, o casamento é para esta vida e deve ser para glorificar a Deus, espelhando o relacionamento intertrinitário de Deus e também o relacionamento entre Cristo e a Igreja.

Casamento Excelente: O casamento moldado pelo evangelho da graça

Bem, se o casamento é para esta vida e deve espelhar o puro e perfeito relacionamento da Santíssima Trindade e também o relacionamento entre Cristo e a Igreja, como podemos ter um casamento excelente?

Na verdade, podemos nos perguntar: o que é um casamento por excelência? Agora que o pecado quebrou a comunhão com Deus e isso afetou todo o ser humano, em todas as esferas do seu ser, como agora um casamento pode ser excelente?

O que Deus espera de nós?

‌Para responder esta pergunta, vou primeiro elencar o que não define um casamento como excelente:

1 – casamento excelente não é aquele que não enfrenta dificuldades na vida;

2 – casamento excelente não é aquele que o casal possui muitos bens e riquezas materiais;

3 – casamento excelente também não é quando o homem é o marido perfeito e a mulher é a esposa perfeita;

Ora, então o que venha a ser um casamento excelente?

‌- É o casamento onde Cristo é o centro!

‌- Onde Cristo oferece redenção para ambos, homem e mulher, porque ambos precisam de Jesus!

‌- Casamento excelente é aquele cujo casal é moldado por Deus;

‌- é quando o marido não é perfeito, mas confessa diante de sua esposa e diante de Deus a sua imperfeição e pratica as verdades do evangelho, sendo um homem transformado e moldado pela graça diária de Jesus;

‌- é quando a esposa não é perfeita, mas confessa diante de seu marido e diante de Deus toda a sua imperfeição e pratica as verdades do evangelho, sendo uma mulher transformada e moldada pela graça diária de Jesus.

‌Quando Cristo é o centro do casamento, vemos claramente Jesus redimindo cada parte da nossa vida, por meio do evangelho. Da mesma forma como o pecado afetou todo o nosso ser e todas as nossas relações, Jesus oferece sua gloriosa graça, por meio do seu Espírito vivificador, para fazer de nós um vaso novo para sua glória.

Sim, de fato, o que define um casamento de acordo com o propósito criacional de Deus é um casamento redimido pela obra de Cristo Jesus!

‌Assim como o trino Deus se relaciona entre Pai, Filho e Espírito, numa plena harmonia, um glorificando ao outro, assim também o casal deve honrar um ao outro, ser amigo um do outro, buscar o bem um do outro e não o próprio.

‌A Santíssima Trindade está envolvida numa eterna dinâmica de amor e prazer um no outro. Cada um possui o seu papel, todos compartilhando da mesma essência divina. O Pai é o planejador de tudo, o Filho é quem cumpre o plano eterno do Pai, e o Espírito Santo é aquele que aplica toda a obra do Trino Deus ao coração do cristão regenerado.

‌Nesta diversidade trinitária não há competição. Vemos que o padrão bíblico é sempre assim: o Pai glorifica o Filho, o Filho glorifica o Pai, o Pai e o Filho glorificam o Espírito e o Espírito glorifica o Pai e o Filho. Não existe “jogo de poder” ou “chantagem emocional”.

‌Este é o padrão que precisamos buscar em nosso casamento, porque é o padrão que Deus revela de si próprio nas Escrituras e que fez homem e mulher à imagem e semelhança do Trino Deus.

‌Assim como Deus é Trino e uno, homem e mulher são pessoas diferentes, mas que diante de Deus são um só.

Que a graça do evangelho de Jesus transforme nossos casamentos para a glória de Deus! Que possamos ser transformados por Deus para vivermos um casamento excelente: um casamento em que Jesus é o centro.

Amém!

compartilha este conteúdo com alguém

ouça este conteúdo

assistir conteúdo

Mais episódios

O pastor Hudson Carvalho prega o sermão baseado no Salmo 103. Neste salmo, o profeta nos traz um ensino maravilhoso: a necessidade que temos de trazer à memória os feitos...
Neste vídeo, o pastor Hudson Carvalho prega o sermão baseado no texto em Gênesis 50.15-21. A Bíblia retrata nestes versos que lemos a história da restauração de uma família amargurada,...

Procurar

Podcast

Para melhorar sua experiência, este site usa cookies.