Apocalipse 3:20
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
Bíblia. ARA – Edição Almeida Revista e Atualizada
Introdução
O livro de Apocalipse, da Revelação de Jesus Cristo, escrito pelo apóstolo João quando estava exilado numa ilha chamada Patmos, retrata várias profecias a respeito do fim de todas as coisas. Mas o endereçamento da carta não é ao mundo, mas à Igreja do Senhor, composta pelos servos fieis espalhados pelos quatro cantos da Terra.
Quando o Senhor Jesus ordena que João escreva cartas às setes igrejas que estavam na Ásia, sempre podemos observar um certo padrão textual. Na maioria das vezes, o Senhor Jesus tece elogios à igreja e também uma repreensão. As exceções são as cartas às igrejas de Esmirna e de Laodiceia.
Quanto à igreja que estava em Esmirna, o Senhor Jesus somente tece elogios aos servos fiéis e os encoraja a permanecerem firmes diante do calor intenso das provas. Contudo, sobre a igreja de Laodiceia, o Senhor Jesus, ao invés de tecer algum elogio, somente a repreende e aconselha: “ARREPENDE-TE”.
Desenvolvimento
Obviamente, não existem mais as igrejas nos locais descritos no livro do Apocalipse. Em outra ocasião faremos um estudo bem aprofundado a respeito de cada carta, expondo a Palavra de Deus, mas desde já queremos deixar registrado que entendemos que as setes igrejas descritas no Apocalipse dizem respeito a sete períodos que a Igreja do Senhor Jesus Cristo deve passar antes do seu arrebatamento.
Em Mateus 24:3, os discípulos do Senhor perguntaram: “que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. Assim, o Senhor Jesus começa a descrever o cenário no qual a Igreja dos últimos tempos viveria. Dentre os sinais, podemos destacar a multiplicação da iniquidade e o consequente esfriamento do amor em quase todos.
O apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 13:13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”
Vejam os irmãos, o amor é maior de que a fé e a esperança. Ora, o amor é a base do Evangelho. Não há maior amor do que dar a própria vida por alguém; no caso, Deus Pai enviou seu Filho amado Jesus Cristo para morrer numa cruz para remir os nossos pecados, ressuscitando-o ao terceiro dia para nossa justificação diante de Deus. O Senhor nos deu um novo mandamento em João 13:34: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros”.
Na sociedade de nossos dias, vemos as pessoas pisando uma nas outras, procurando sempre obter vantagem para si próprio. Pior, nós não vemos isso apenas no mundo (pessoas que não creem no Senhor Jesus), mas temos visto também dentro das igrejas.
O texto que nós lemos diz: “Eis que estou à porta e bato”. Interessante que muitas pessoas utilizam o texto que lemos para um contexto de evangelização de vidas que ainda não conhecem o Senhor. Não está errado em fazer isso, até porque o desejo do nosso Senhor é que todos se salvem, embora a Palavra de Deus retrate muito bem que muitos não se salvarão. Contudo, não podemos deixar de ler o contexto.
Dito isso, faço uma pergunta para você, caro leitor: para quem o Senhor Jesus estava se dirigindo? A carta foi endereça à igreja dos últimos, à igreja de Laodiceia!
Há muitos que dizem estar na igreja de Cristo, mas não vivem uma vida de santidade, de piedade diante do Senhor. Refutam a operação do Espírito Santo e querem viver no mundanismo. O diagnóstico do Senhor Jesus para a igreja de Laodiceia é: igreja morna. Quando permitimos que as águas geladas do esfriamento espiritual entrem em nosso coração, nos tornamos mornos, há mistura. A expressão “Morno” está ligada ao crente que conhece o Senhor (um dia fora aquecido com o fogo abrasador do Espírito Santo), mas permitiu que o mundanismo entrasse dentro do seu coração, ou seja, o crente aceita que o pecado viva no coração.
Assim, precisamos entender que, segundo o diagnóstico do Senhor Jesus, que conhece e sonda os corações, quando Ele fala que “estou à porta e bato”, significa dizer que, para muitos, ele já está fora da casa, do coração. Mas insistentemente ele bate à porta e convoca a igreja ao arrependimento.
Em Cantares, no capítulo 5, vemos a descrição de uma “igreja” que está dormindo, perdeu as vestes de salvação, que deixa o Amado do lado de fora de sua casa, muito embora ele insistentemente tenha pedido para abrir a porta. Vejamos:
Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que está batendo: Abre-me, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite. Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os pés, tornarei a sujá-los? O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por amor dele. Levantei-me para abrir ao meu amado; as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos mirra preciosa sobre a maçaneta do ferrolho. Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu quando, antes, ele me falou; busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu. Cânticos 5:1-6
Depois vamos nos aprofundar nesta passagem do texto em Cantares, mas o importante que compreendamos que há pessoas que estão dormindo. O fim delas, ainda que levem consigo o nome de crentes, é uma busca fracassada pelo Amado, um clamor sem resposta. Infelizmente, muitos estão dormindo e despidos (nus), ao invés de estarem buscando a face do Senhor e se santificando.
Conclusão
Assim, hoje o Espírito Santo de Deus quer despertar a sua vida para que você ouça a voz do Amado, ouça a voz do Senhor Jesus que ecoa em seu coração. Ele quer cear com você, que é símbolo de uma nova aliança, um novo pacto, um novo testamento. Ele quer selar você com o poder do Espírito Santo para que você esteja preparado para o ARREBATAMENTO DA IGREJA FIEL DO SENHOR.
Lembre-se que o CORDEIRO ESTÁ VIVO! Ele dá do seu Espírito Santo a todos quanto desejam!