O que é a Vulgata Latina?

Veja quais são os livros da Vulgata

Vulgata Latina Bíblia

Vulgata Latina é a tradução da Bíblia para o Latim produzida por Jerônimo entre os anos de 383-405 d.C. No entanto, há também quem diga que Jerônimo não conseguiu traduzir todos os livros da Bíblia por suas próprias mãos; alguns estudiosos dizem, então, que ele apenas iniciou a tradução da Bíblia para o Latim. Assim, é aceito que pelo menos o Antigo Testamento e os evangelhos foram, de fato, traduzidos pelo próprio Jerônimo.

Por que o nome se chama “vulgata”?

A palavra “Vulgata” em Latim significa “comum” ou “simples”. Isto indica que a tradução foi feita para que as Escrituras Sagradas fossem acessadas pelo maior número de pessoas possível. A Vulgata foi a Bíblia reconhecida por quase 1.000 anos de história da Igreja; isto significa que sua linguagem e conteúdo influenciaram fortemente o ocidente de língua latina.

A Vulgata usada como texto base para outras traduções da Bíblia

Aproximadamente cerca de 10.000 manuscritos da Vulgata, existem hoje em dia, sejam eles completos e incompletos; os manuscritos são datados dos séculos 5º ao 15. A Vulgata Latina foi usada como texto base para a tradução da Bíblia em vários outros idiomas com suas primeiras traduções do texto sagrado, incluindo a tradução para o inglês conhecida como a Wycliffe do século 14.

O famoso personagem do período da pré-reforma, Johannes Gutenberg, que foi o inventor da imprensa móvel no ocidente, imprimiu a Vulgata de Jerônimo por volta do ano 1450; hoje me dia essa versão da Bíblia é conhecida como a “Bíblia de Gutenberg”.

Segundo Bruce M. Metzger, as primeiras bíblias impressas em alemão, italiano, tcheco e francês dependiam da tradução latina de Jerônimo para sua produção.[1]Metzger, Bruce M., The Bible in Translation: Ancient and English Versions, 35

Princípios de tradução da Vulgata

Em 382 d.C. o Papa Dâmaso I comissionou Jerônimo para fazer uma revisão formal da Antiga Bíblia Latina (Old Latim Bible). Esta versão compreendia uma coleção de manuscritos latinos da Bíblia que eram populares antes da ampla aceitação da Vulgata Latina de Jerônimo. Essa tradução antiga para o latim teve como base o texto da Septuaginta (LXX), que era a tradução dos escritos do Antigo Testamento em grego, usada nos tempos de Jesus e também pela Igreja Primitiva.

Importante notar que a Vulgata não teve a intenção de ser uma nova tradução da Bíblia, mas uma revisão cuidadosa da versão latina antiga. Ao descrever seus princípios de tradução, Jerônimo afirmou trabalhar de forma conservadora.

Na tradução do Novo Testamento, Jerônimo tentou fazer com que a tradução para o latim estivesse o mais perto possível dos manuscritos gregos. Na tradução do Antigo Testamento, Jerônimo trabalhou com o Hebraico (e algumas inserções de Aramaico que existem originalmente no Texto Sagrado).

Quais são os livros da Vulgata?

Como dissemos anteriormente, Jerônimo traduziu o Antigo Testamento diretamente da língua Hebraica (com algumas inserções da língua Aramaica); assim, a princípio, Jerônimo não usou a Septuaginta (LXX) como texto base da tradução.

No entanto, há um ponto muito controverso sobre isso, visto que na versão da Vulgata são incluídos os chamados livros deuterocanônicos, encontrados não na versão original da língua Hebraica, mas na Septuaginta (LXX), a tradução grega. Apenas para simplificarmos, os livros deuterocanônicos são também chamados de apócrifos para os protestantes de maneira geral.

São eles: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado de Sabedoria de Jesus ou Filho de Siraque) e Baruque (incluído no último capítulo do livro do profeta Jeremias). Há também que se considerar a inserção de alguns trechos no livro de Ester e no livro do profeta Daniel.

Aqueles que viam a Septuaginta (LXX) como fonte de autoridade abraçaram esses livros como sagrados.

A Vulgata ao longo da história

A Vulgata só foi amplamente aceita séculos após a morte de Jerônimo. Gregório, o Grande, que serviu como papa entre os anos de 590 a 604 d.C., aprovou o uso da Vulgata nas igrejas. Nos séculos VIII e IX, a Vulgata estava começando a substituir a versão latina antiga nas igrejas ocidentais de língua latina.

Em 8 de abril de 1546, o Concílio de Trento adotou a Vulgata como a tradução autorizada da Igreja Católica Romana. O Papa Sisto V publicou uma impressão oficial deste texto autoritário em 1590, assim como o Papa Clemente VIII em 1592 (conhecido como a Vulgata Clementina).

A Neo-Vulgata (Nova Vulgata) foi produzida sob o governo do Papa Paulo VI e incluiu atualizações estilísticas e textuais (baseando-se em métodos críticos modernos). Foi publicado em Roma em 1979 e continua sendo a versão oficial da Igreja Católica Romana.[2]Confira mais em Jeffrey E. Miller, “Vulgate”, in The Lexham Bible Dictionary, org. John D. Barry et al. (Bellingham, WA: Lexham Press, 2016), disponível no Logos Bible.

Referências

Referências
1 Metzger, Bruce M., The Bible in Translation: Ancient and English Versions, 35
2 Confira mais em Jeffrey E. Miller, “Vulgate”, in The Lexham Bible Dictionary, org. John D. Barry et al. (Bellingham, WA: Lexham Press, 2016), disponível no Logos Bible.
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