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Pregação mensagem Efésios Amor de Cristo na Igreja

Orando para Desfrutar do Grande Amor de Deus

Nesta pregação, o pastor Hudson Carvalho aborda sobre a oração de Paulo em Efésios, no capítulo 3. Entenda o amor de Cristo, a redenção, a graça e o poder de Deus na igreja. Desfrute da verdade celestial sobre a paternidade de Deus e como o Espírito habita em nossas vidas, a fim de possamos desfrutar do grande amor de Cristo.

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texto do sermão

14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, 15 de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, 16 para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; 17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, 18 a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade 19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. 20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, 21 a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!

Efésios 3.14-21 (ARA)

Introdução

Esta é a segunda oração de Paulo registrada nesta epístola aos Efésios.

A primeira oração está registrada em Efésios 1.15-23. Nesta primeira oração, especialmente no verso 18, Paulo orou para que os efésios conhecessem três maravilhosas realidades:

1 – PASSADO: para que compreendessem o chamado que Deus fez na vida deles (a esperança da vocação);

2 – FUTURO: para que compreendessem a riqueza da glória da herança eterna que Deus deu aos crentes;

3 – PRESENTE: para que compreendessem a grandeza do poder de Deus que opera hoje na vida dos crentes.

Importante notar que Paulo faz esta primeira oração após um discurso com grandiosidades teológicas:

  • a eleição e a predestinação ocorrida antes da fundação do mundo; e
  • o desenrolar de todo o plano de redenção em Cristo Jesus.

Assim, a oração de Paulo, neste primeiro capítulo, é para que os efésios compreendessem este grandioso plano de redenção, a fim de que agora eles pudessem experimentar as riquezas da graça de Deus no meio da igreja. Isto é, a maneira pela qual estas doutrinas impactam diretamente a vida diária dos crentes no meio da igreja.

Agora, nesta segunda oração, Paulo ora para que os efésios, diante de tudo o que foi falado na carta, possam meditar no grande e misterioso amor de Deus e viver esta grandiosa realidade. Assim, não se trata meramente de um exercício cognitivo, mas de realidades espirituais reveladas que impactam diretamente nossas vidas como membros do Corpo de Cristo.

Esta oração contida nesta perícope que iremos pregar nesta manhã pode ser dividida em três partes:

1 – (v. 14-15) uma reverência a Deus, que é nosso Pai;

2 – (v. 16-19) a oração para que os efésios possam conhecer e experimentar o grande amor de Cristo no meio da igreja;

3 – (v. 20-21) louvor a Deus, atribuindo a Ele toda a glória para todo o sempre!

Por esta causa me coloco de joelhos – v. 14-15

Qual causa é esta?

Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai,

Efésios 3.14 (ARA)

Bem, a causa na qual Paulo faz referência guarda relação com o que ele estava a dizer anteriormente:

Que a graça de Deus foi concedida ao seu povo imerecido (Efésios 2.1-10);

A misteriosa união de judeus e gentios, para fazer de todos um só Corpo (Efésios 2.11-22);

O mistério do evangelho que agora está plenamente revelado;

1 – Assim, que causa é essa? É graça de Deus foi concedida ao seu povo imerecido (Efésios 2.1-10):

a) enquanto todos estavam mortos em delitos e pecados, merecedores do castigo eterno de Deus;

b) éramos por natureza filhos da desobediência (filhos do diabo), e não filhos de Deus;

c) Deus nos salvou não porque merecemos ou porque ele previu que faríamos alguma boa obra no futuro: absolutamente não. Paulo deixa claro que a salvação se dá pela riqueza da misericórdia de Deus e pelo grande amor revelado no Filho, o nosso Salvador (Ef. 2.4);

d) fomos salvos pela graça de Deus e não pelas boas obras, para ninguém possa “bater no peito” e dizer: “Eu fui salvo porque eu fiz algo por merecer!”. A glória da salvação é toda de Deus, não nossa.

2 – a misteriosa união de judeus e gentios, para fazer de todos um só Corpo (Efésios 2.11-22):

a) Paulo deixa claro que Deus não tem dois povos, Deus tem apenas um povo: judeus e gentios foram ambos unidos na cruz de Cristo Jesus. Não há mais muro, separação;

b) Agora, somos uma nova família. Os gentios foram “enxertados na oliveira” (Romanos 11.17). Os crentes, sejam judeus ou gentios, agora são membros de uma mesma família: a família de Deus.

A Bíblia é muito clara ao afirmar que não há salvação fora de Cristo, nunca houve e nunca haverá. Assim, nosso papel deve ser de orar para que os judeus ainda não convertidos a Cristo reconheçam a Jesus como o Messias prometido.

3 – o mistério do evangelho (boas novas), que agora está plenamente revelado:

a) antes, em Gênesis 3.15, após Adão e Eva pecarem, Deus prometeu que “a semente da mulher virá para esmagar a cabeça da Serpente”. Isto é, Deus prometeu a encarnação do seu Filho, que viria para desfazer as obras do diabo e libertar seu povo escravo. Em Gênesis 3.15 está revelado o chamado protoevangelho (primeiro evangelho). Aqui é a aliança prometida;

b) a vinda de Cristo cumpre as promessas de Deus feitas aos patriarcas e profetas. O evangelho eterno foi agora plenamente revelado: o plano de redenção está completamente revelado. A aliança prometida foi cumprida: a Nova Aliança (firmada no sangue de Jesus), como afirma o autor aos Hebreus, é superior à Antiga e é o propósito final de Deus.

De Joelhos

Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai,

Efésios 3.14 (ARA)

Você deve saber, como já falamos no início desta série de pregações expositivas, que Paulo estava preso em Roma quando ele escreveu esta epístola aos Efésios.

Imaginem comigo: Paulo estava com um rolo de papel na mão, uma pena e tinta na outra, escrevendo aos Efésios. Após expor tantas maravilhas do plano de redenção de Deus, ele se ajoelha e pede ao Senhor que os crentes possam experimentar estas riquezas no meio da igreja, que eles vivam esta realidade sublime.

Paulo não quer que vejamos estas coisas apenas para que nossa compreensão seja aumentada, mas ele deseja que a exposição destas doutrinas impactem nossa vida cristã comum.

Que a Igreja viva no amor de Deus e seja transformada diariamente neste precioso amor!

Muito embora seja comum para nós, cristãos, orarmos com mais frequência de joelhos, a Bíblia não nos ordena que só oremos de joelhos. Para um judeu, que geralmente orava de pé, ajoelhar-se significava um quebrantamento genuíno na presença da majestade de Deus. Assim, orar de joelhos demonstra profunda emoção e fervor, e é exatamente isto que Paulo fez.

Quando Paulo diz que ele se ajoelhou para orar, diante de tão profundas revelações do Plano de Redenção, implica dizer que ele fervorosamente estava orando para que estas verdades possam ser vividas e experimentadas no meio da igreja.

Diante do Pai

Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai,

Efésios 3.14 (ARA)

Harold Hoehner, em seu comentário exegético aos Efésios, comenta acertadamente que raramente Deus é chamado de “Pai” no Antigo Testamento, apenas 15 vezes no total de 1.448 ocorrências da palavra. No entanto, o Novo Testamento amplia esta verdade que estava obscura no Antigo Testamento, isto é, de que Deus é Pai do seu povo. Assim, no Novo Testamento, Deus é chamado de “Pai” com muitíssima frequência, cerca de 245 vezes das 413 ocorrências da palavra.

De fato, os crentes são filhos de Deus, comprados pelo precioso sangue de Cristo Jesus. Jesus fez-se nosso irmão mais velho. Antes, éramos por natureza filhos da desobediência (ou também chamados de filhos do diabo). Agora, somos filhos de Deus.

Os crentes agora clamam pelo Espírito: “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6), da mesma forma como Jesus se dirigiu a Deus (Mc 14.36).

Deus é criador de todas as coisas, não apenas da Terra, mas também dos céus. Os seres angélicos, que são seres morais santos que vivem diante do Senhor, foram criados por Deus.

É privilégio dizermos: “somos Filhos de Deus”. Fazemos parte de uma família que nunca vai se acabar.

A paternidade que vemos nos animais e nos seres humanos são espelhos de uma paternidade superior. Segundo o nosso padrão humano, existem bons pais e maus pais. No entanto, por melhor que eu me esforce para ser um bom pai para minha filha Alice, eu nunca serei tão bom quanto o Pai Celestial.

Deus é o Pai que nunca seremos, por melhor que nos esforcemos para ser.

Jesus já nos ensinou sobre a preciosidade de termos Deus como nosso Pai:

Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?

Mateus 7.11 (ARA)

Deus não apenas nos amou e nos adotou como filhos, mas mudou a nossa identidade. Somos identificados como “Filhos de Deus”, coerdeiros com Cristo Jesus: o que o Filho herda do Pai, assim também é nosso.

Deus nos deu nova identidade em Cristo Jesus, para que vivemos uma nova vida, recriados em Cristo Jesus para refletirmos a glória de Deus e praticarmos as boas obras.

A habitação de Cristo em nossos corações pelo Espírito – v. 16-17

para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;

Efésios 3.16 (ARA)

v. 16 – o verso 16 diz respeito a uma profunda e insondável riqueza da glória de Deus. Deus nos chamou para a sua glória! Não há espaço para a nossa glória: a glória humana é vã, por isso dizemos que é vanglória.

Fomos chamados para fazer parte da glória de Deus

Os filhos de Deus foram convocados para fazer parte de uma história que Deus mesmo planejou antes da fundação do mundo. Seu plano está sendo executado e será infalivelmente cumprido. Deus vela para que todos os mínimos detalhes desta grandiosa história estejam corretamente posicionados.

Jesus nos ensinou que Ele mesmo deu a sua glória para os filhos de Deus:

Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;

João 7.22 (ARA)

A glória que Cristo transmite ao seu povo tem com um único objetivo: para que sejamos um só em Cristo Jesus.

Observem como Jesus afirma que a sua glória é “para que” nós sejamos um só.

Assim, amados irmãos, a oração de Paulo está confiada na riqueza da glória de Deus. Paulo sabe que jamais pode limitar a glória de Deus.

Deus é glorificado quando seu povo reunido vive a realidade de uma unidade maravilhosa!

Limitamos o poder de Deus muitas vezes

para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;

Efésios 3.16 (ARA) – destaque acrescido

Por vezes, limitamos o poder de Deus em nossas vidas quando desejamos resolver nossos problemas sem oração, sem suplicar a Deus. É errado pensar que Deus é tão transcendente que não importa com os mínimos detalhes da nossa vida. De fato, Deus é transcendente, está acima de todas as coisas e nunca poderíamos alcança-lo se Ele mesmo não se inclinasse para nós e se revelasse.

A Bíblia nos mostra exatamente a realidade do único Deus vivo e verdadeiro, transcendente, absoluto, excelso, infinito, eterno, que se abaixou para se relacionar com suas criaturas.

A encarnação do Filho é a prova clara de que Deus se importa conosco, com nossas fraquezas e sofrimentos.

Deus se importa com o que os pássaros irão se alimentar. Deus se importa tanto conosco que até os nossos fios de cabelos são contados diante do Senhor (Lucas 12.7).

Deus se importa conosco

O Deus transcendente, o Todo-Poderoso, desceu para o campo da imanência (a nossa realidade) e se fez como um de nós, para cumprir aquilo que jamais conseguiríamos cumprir: ser um homem completamente perfeito e, assim, salvar seu povo dos pecados.

Temos um sumo sacerdote que se compadece de nós porque sabe o que é ser tentado. Jesus foi em tudo tentado, porém sem pecado (Hebreus 4.15). E este sumo sacerdote é Cristo Jesus, que vive para todo o sempre para interceder pelos santos (Hebreus 7.25).

Deus se importa com seus filhos, até nos mínimos detalhes!

O poder de Deus na nossa vida

Nós não fomos chamados para vivermos nossas vidas sem um significado!

O povo de Deus vive no poder de Deus!

Observe que a oração de Paulo é para que os crentes sejam “fortalecidos com poder”.

Mas, como podemos ter e acessar este poder? São palavras mágicas que falamos que desperta este poder? É evidente que não!

O que nos faz fruir do poder de Deus é a presença de Cristo em nossos corações. E esta manifestação da graça em nós só pode ser realidade pela operação do Espírito Santo de Deus.

Infelizmente, o movimento evangelical brasileiro deturpou a doutrina do Espírito Santo, reduzindo-a a gritarias, danças esquisitas, repetição de línguas sem ordenação no meio da igreja (para demonstrar superior espiritualidade), e outras coisas complicadas que vemos por aí.

Tudo isso, alegam, que é feito no Poder de Deus. E, quando confrontamos tais práticas com a Palavra de Deus, estas pessoas dizem que: “vocês estão na ‘letra’ e não vivem o poder”; “vocês não conhecem o poder do Espírito”; “vocês não sabem o que é o sobrenatural!”.

Tais práticas não tem qualquer embasamento bíblico. A Bíblia nos ordena que nós devemos provar os Espíritos para saber se vem ou não de Deus (1João 4.1). Há espíritos enganadores no meio de pessoas que dizem “evangélicas”. E isso é muito perigoso. Satanás não tem por objetivo de assustar as pessoas, mas enganá-las.

Quando lemos a Escritura, temos a plena clareza que o Espírito Santo não foi derramado para levar as pessoas ao ridículo ou para que façam espetáculos sob o pretexto de estarem “cheias de poder”.

O Espírito Santo foi derramado para selar os crentes para o dia da Redenção; para transforma-los diariamente à imagem de Cristo Jesus, nosso Senhor!

O Espírito Santo não glorifica a si próprio!!! Ele não faz algazarras! O Espírito Santo glorifica o Filho e testifica a presença de Cristo em nossos corações!

Uma vida cheia do Espírito é:

Uma vida santa!

Uma vida de constante arrependimento, contrição, fervor espiritual!

Outro aspecto que Paulo aborda aqui é a habitação de Cristo em nossos corações. Infelizmente isso não é muito falado hoje. Parece que muitas pessoas pensam que Jesus foi para o céu e ponto final!

Jesus é Deus e tudo está diante dele! Tudo! A maneira pela qual Jesus se faz presente em nossas vidas é mediante a habitação do Espírito Santo, que é poder de Deus para todos aqueles que creem que Cristo é o Senhor de suas vidas!

O próprio Cristo habita em nossos corações pelo Espírito Santo!

Habitação não é temporária, mas permanente

e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor,

Efésios 3.17 (ARA)

E esta habitação não é temporária, mas permanente! Observem comigo o verso 17: “habite Cristo no vosso coração”.

A palavra grega, traduzida como habitação, significa uma habitação permanente. E esta palavra contrapõe a palavra peregrinos, contida no capítulo 2, verso 19 (Ef. 2.19), que significa “habitação temporária”. Nós somos peregrinos nesta terra, isto é, estamos aqui de passagem, nossa habitação definitiva não é aqui, mas na Nova Criação que Deus realizará!

Assim, o que Cristo faz em nós, por meio do Espírito Santo, é uma habitação permanente. O Espírito Santo não fica “entrando e saindo” do coração do crente, como muitos pensam. Quando pecamos é aí que precisamos da ação do Espírito em nossos corações para nos dar a graça do arrependimento.

Deus não faz sua obra pela metade, isto é, transforma o pecador, lhe chama de filho e depois o abandona. De modo algum!

Paulo está convicto que o que Deus começa, ele termina:

Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.

Filipenses1.6 (ARA)

Alicerçados em amor como um só Corpo – v. 18-19

a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.

Efésios 3.18-19 (ARA)

Meus irmãos, o povo de Deus está alicerçado em amor. Somos pessoas tão diferentes, mas tão unidas em Cristo Jesus. Isso é um mistério muito precioso.

É muito comum em nossas vidas nós nos ligarmos em vínculo de amizade com pessoas que são mais parecidas conosco. Isso é natural. A formação de grupos de pessoas que se identificam sempre existiu.

Agora, como igreja, vemos que nosso vínculo de amizade e amor não é porque temos os mesmos gostos musicais, ou porque gostamos da mesma comida, ou ainda torcemos para o mesmo time de futebol.

O vínculo no qual os membros do Corpo de Cristo estão alicerçados é o Grande Amor de Deus.

Quando Deus nos salva, entramos para uma grande família, composta de pessoas diferentes, mas que se amam.

A igreja é uma comunidade que vive o amor de Deus!

Agora, uma igreja que ama, não significa uma igreja que aceita todas as coisas. Pelo contrário, uma igreja que ama a Deus e ama os irmãos exerce a correção sempre que necessário, porque Deus é o santo que habita no meio do seu povo santo!

Nosso Pacto de Igreja fala exatamente isto: que devemos exortar uns aos outros em amor. Cremos nisto, porque é exatamente o que a Bíblia nos ordena.

Compreender o grande amor de Deus

Alguém já tentou compreender o grande amor de Deus?

Sei que está é uma tarefa difícil e de fato está além da nossa capacidade plena de compreensão; Paulo sabe disso, tanto é que ele disse que de fato o amor de Cristo “excede todo entendimento” (v. 19).

No entanto, Deus quer exatamente que seu povo medite sobre o seu grande amor; o amor de Deus transforma nossas vidas particulares e também toda a igreja.

Qual a largura do amor de Deus?

– Eu simplesmente não sei.

Qual o comprimento?

– Eu também não sei.

Qual a altura?

– Eu não sei.

Qual a profundidade?

– Sinceramente, não consigo responder com precisão.

Mas Deus quer exatamente que nós fiquemos meditando neste grande e precioso amor. Paulo utiliza uma linguagem de construção (matemática): largura, comprimento, altura e profundidade.

A oração dele é para que os crentes tenham uma compreensão espiritual profunda do que significa ser cristão e fazer parte do corpo de Cristo.

Em outras palavras, Paulo afirma: “eu oro para que vocês estejam revestidos do poder de Deus em vossos corações, para que vocês possam compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo”.

Meditar no grande amor de Deus nos traz edificação pessoal! Eu procuro fazer isto todos os dias. Mas não apenas isso! Paulo alerta que a compreensão do grande amor de Deus impacta não apenas nossas vidas particulares, mas toda a igreja, a família de Deus!

Meditar no amor de Deus transforma nossa vida e nossa comunidade! Medite todos os dias nas preciosas verdades de Deus: medite no evangelho de Jesus Cristo.

Infinitamente mais

Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,

Efésios 3.20 (ARA)

Este não é um versículo para riquezas e prosperidade material. Infelizmente, a expressão “INFINITAMENTE MAIS” é muito mal empregada no movimento evangélico.

Mas precisamos compreender o que Deus está nos falando aqui.

Deus já sabe que não sabemos pedir direito as coisas. A Bíblia nos afirma que:

Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

Romanos 8.26 (ARA)

Vejam, irmãos, nem orar direito a gente consegue. Precisamos de Deus para absolutamente tudo em nossas vidas!

Paulo já tem em mente que, por mais que nossas palavras sejam belas e reflitam nossas necessidades, precisamos confiar no poder de Deus!

Somos limitados, Deus é infinito!

Deus sabe que nem sempre iremos escolher as melhores palavras; nem sempre conseguiremos traduzir em palavras as nossas necessidades… diante de nossa limitação, o Espírito Santo intercede por nós e Cristo também vive para interceder pelos santos!

Nosso Deus é sem limites! Somente Ele pode fazer INFINITAMENTE MAIS além do que pedimos ou pensamos.

Conclusão

Paulo nos ensina, então, que devemos nos deleitar em oração diante do nosso Pai, meditando no grandioso amor de Deus, revelado em Cristo Jesus. Esta verdade, além de alegrar e transformar nossas vidas particulares, transforma a nossa comunidade, a igreja, que está alicerçada no amor de Deus.

Quando pecamos, por vezes, achamos que Deus se afasta de nós: de fato, nosso pecado é odioso e ofende a santidade do nosso Pai. Mas ao invés de ter vergonha de nós e se afastar, é neste exato momento é que Ele se aproxima de nós; seu coração cheio de misericórdia e ternura transborda e nos abraça, nos perdoa e nos restaura a comunhão quando confessamos a Ele todas as nossas falhas.

Nós só podemos experimentar isto na presença do Pai!

Você que é crente, tem vivido na presença do Pai? Ou você anda se escondendo assim como Adão fez? Procurando ocupar seu coração com coisas desta vida, sendo que, na verdade, você precisa de Deus e não de coisas! Ou talvez, você não tenha mais tempo para orar porque só pensa no seu conforto e no dinheiro?

Se você está um crente morno, que agora sabe muito de Bíblia, mas seu coração está distante da intimidade com o Pai, especialmente quanto ao fervor espiritual e à disciplina da oração, saiba que se você confessar isso tudo o Pai não vai te colocar pra fora, mas ele irá te abraçar.

Qual pai nesta vida, ao ver seu filho sair de casa escondido, não vai em busca dele? Qualquer pai que ama seu filho faria isto! Quanto o mais o Pai celestial!!

Qual pai nesta vida daria a vida pelos seus filhos? Sim, eu daria vida pela minha filha. Quanto mais o Pai celestial! O Pai deu tudo o que Ele tinha para nos resgatar. O amor de Deus não é um amor distante, mas Deus está perto de nós.

O amor de Deus não serve apenas para nós ficarmos aqui pensando a respeito dele; o amor de Deus nos transforma quando pensamos sobre a grandeza deste amor.

O Pai nunca esteve distante, é você que talvez não esteja percebendo que ele perto de você, porque sua vida anda muito ocupada.

Estamos aqui na igreja vivendo um revezamento de crentes: temos os crentes frequentes na mesa do Pai, temos os crentes quinzenais e temos os crentes mensais, que só vem no culto de Ceia. E este diagnóstico não é apenas daqui, é o que tenho visto em muitas outras igrejas.

Tem gente que ainda acha que estamos na pandemia: fazem revezamento para tudo.

Alguns argumentos:

1 – Neste domingo de manhã: “eu tenho corrida, não posso estar na igreja para ouvir a voz de Deus”; depois, no domingo à noite: “também não posso estar porque estou cansado da corrida”;

2 – No próximo domingo de manhã: “eu vou passear em Pedra Azul e almoçar por lá”; no domingo à noite: “não consigo ir, porque a estrada me deu um enjoo e preciso ficar em casa”;

3 – No outro domingo: “está um belo sol no domingo de manhã, preciso ir na praia porque estou sem bronze”; logo mais, no domingo à noite: “eu não posso ir na igreja, porque eu quero ver Jurassic Park no Cinema, porque daqui a pouco vai sair do cartaz”;

4 – No próximo domingo: “amanheceu tão bonito o dia, vou levar meu filho no parquinho, para ele brincar um pouco, não vou levá-lo na Escola Bíblica Dominical”; no domingo à noite: “não consigo ir à noite porque meu filho brincou tanto, mais tanto, que ficou cansado. Vamos pedir um pizza no domingo à noite e não podemos ir ao culto”.

E, assim, a vida vai seguindo o fluxo e você aos poucos vai se tornando um gelo espiritual!

Eu fico imaginando, já pensou se Deus fizer assim conosco?

“— Senhor, estou aflito! Meu filho está doente! — Sinto muito, meu servo, espera um pouquinho aí porque estou ocupado salvando uma vida aqui; ou talvez — agora não posso, talvez outra hora, eu não sou mais a prioridade na sua vida, não é mesmo?”;

Graças a Deus que o Senhor não é assim!

Mas o que você tem feito na presença do Pai? Você tem amado o Pai e vivido o amor de Deus no meio da igreja, ou você está ocupado demais?

Você não foi chamado para isto! Você é filho!

Primeiro as primeiras coisas!

Há um Pai amoroso e gracioso que deseja que seus filhos vivam na comunhão dos santos, na igreja. Há um Pai amoroso que deseja que desfrutemos das riquezas espirituais por meio da oração.

O amor de Deus transforma nossas vidas particulares e também a vida na igreja! É na igreja que desfrutamos da realidade do amor de Deus: vivendo a realidade da família de Deus!

Amém!

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